Leitura: Lucas 3

Seleção

João dizia às multidões que saíam para ser batizadas: Raça de víboras! Quem deu a entender que vocês podem fugir da ira vindoura? Produzam frutos dignos de arrependimento! […] E também o machado já está posto à raiz das árvores. Portanto, toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo. 

Lc 3.7-9

Observação 

João Batista, o profeta encarregado de preparar o caminho para a chegada de Jesus, destacava-se por sua singularidade em relação aos demais religiosos de sua época. Ao invés de residir no centro religioso de Israel – Jerusalém -, ele habitava nos desertos próximos ao rio Jordão. Lá, conduzia o batismo das pessoas, um rito que simbolizava o arrependimento.

Sua pregação, que para muitos contemporâneos soava dura demais, era o próprio Evangelho em sua essência. Com críticas severas aos líderes religiosos, João Batista os chamava de “raça de víboras”, pois bem conhecia sua hipocrisia. Diziam-se pessoas santas e faziam de tudo para parecerem santas, mas seus frutos não condiziam com sua vida prática.

O discurso de João Batista convocava a um genuíno arrependimento. Esse arrependimento não se limita ao remorso ou à mera tristeza pelo pecado. Na verdade, envolve uma transformação de pensamento; ou seja, implica uma mudança profunda na forma como percebemos o mundo, o que, por sua vez, resulta em uma mudança radical em nosso modo de vida.

Todo verdadeiro arrependimento produzirá frutos, ou seja, se refletirá em mudanças comportamentais. Pessoas verdadeiramente arrependidas, impulsionadas pelo Espírito Santo, abandonam antigas práticas e gradualmente se assemelham mais a Jesus. Aquele que mentia, não mente mais. Aquele que roubava, não rouba mais. Aquele que traía, não trai mais.

É plausível pensar que o discurso de João Batista não foi popular nem mesmo em sua própria época. Ao invés de dizer que Deus amava aquele povo e tinha um lindo propósito para suas vidas, ele alertava para a condenação eterna. Ele enfatizava que aqueles que não apresentassem frutos condizentes com o arrependimento seriam comparados a árvores infrutíferas, prontas para serem arrancadas e lançadas ao fogo.

Não se trata de um discurso destinado a instilar medo nas pessoas, visando uma mudança de conduta por meio desse temor. Pelo contrário, é um discurso embasado no amor, pois adverte sobre a ira vindoura, que é uma realidade. Por isso, as palavras de João Batista ecoam através dos séculos e ressoam até o século XXI, dizendo: Arrependam-se e produzam frutos que demonstrem verdadeiro arrependimento.

Oração

Senhor Jesus, rogo para que teu Espírito Santo conceda-me a graça para um genuíno arrependimento de todos os meus pecados e uma transformação constante de meus comportamentos.

Aplicação

Sondarei meu coração e buscarei um genuíno arrependimento.