Leitura: Salmos 35

Seleção

Testemunhas maldosas depõem contra mim e me acusam de crimes que não cometi. Pagam-me o bem com o mal; estou desesperado! Quando eles ficavam doentes, eu lamentava; humilhava-me com jejuns por eles, mas minhas orações não eram respondidas. Como se fossem meus amigos ou familiares, eu me entristecia, como se lamentasse por minha própria mãe. Mas agora, em minha aflição, eles se alegram; triunfantes, juntam-se contra mim.

Salmos 35.11-15

Observação 

Davi clama a Deus por livramento. Seus inimigos o perseguiam, desejando ver sua derrota. Zombavam, insultavam, acusavam e tramavam o mal contra ele sem motivo aparente. O mais surpreendente é que esses inimigos eram pessoas que, no passado, eram próximas a Davi; pessoas a quem ele havia feito o bem. O salmista nos diz que eram quase como familiares.

Quem nunca se sentiu injustiçado por pessoas que, no passado, eram muito próximas? Pessoas com quem caminhamos, com quem nos assentamos à mesa e, muitas vezes, abrimos o coração. Amigos mais achegados que irmãos, em quem confiamos, e, depois de certo tempo, parece que nos deram uma facada pelas costas. Isso dói. Mas como deve ser nossa postura diante de situações como essa? Situações em que nos sentimos traídos por aqueles que se assentavam à mesa conosco?

Neste Salmo, Davi clama por justiça e suplica para que Deus retribua a vergonha e a humilhação aos que o perseguiam. No entanto, quero propor um olhar um pouco diferente. Vamos experimentar colocar as lentes da Nova Aliança (Novo Testamento) para interpretar essa situação.

Ao ler a carta de Paulo aos Efésios, percebemos que, no fim das contas, nossas lutas não são contra pessoas, mas contra demônios. Estes colocam setas nas mentes de pessoas suscetíveis que acabam se deixando influenciar. O resultado é que podemos ser perseguidos por pessoas próximas a nós que, no fundo, estão sendo instrumentos do maligno para nos afetar. Além disso, casos como o da mulher samaritana, que claramente possuía carências afetivas, podem trazer consequências a quem está ao redor. Muitas vezes, a pessoa que nos decepcionou está cheia de feridas na alma e, por isso, é digna de nossa compaixão.

Por fim, quando lemos que Jesus nos orienta a amar nossos inimigos e a orar por aqueles que nos perseguem, somos tomados de constrangimento. Se alguém que você ama lhe feriu, procure olhar para essa pessoa com os olhos misericordiosos de Jesus. Tenha compaixão, perdoe e ore por ela. Por mais difícil que possa parecer, experimente amar aquela pessoa; experimente servi-la. Guardar mágoa ou rancor só fará mal a você. Liberte-se desses sentimentos! Você foi perdoado e amado por Jesus; agora deixe que este amor transborde e alcance aquele que lhe fez mal.

Petição

Senhor, ajuda-me a não guardar mágoa. Encha-me com Teu amor para que eu possa amar até mesmo aqueles que me perseguem.

Aplicação

Buscarei perdoar em todas as ocasiões.